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"Cartas da Juventude": Cenas de um lançamento.

Foto do escritor: Tiago AraripeTiago Araripe

Atualizado: 26 de mar. de 2021


Na capa do livro organizado por Assis Lima, colagem de Emerson Monteiro.


Em 21 de março, foi feito o lançamento oficial de Cartas da Juventude, com a presença de pessoas que tornaram possível a realização do livro. Participaram Karla Melo e Victor Paes, da Confraria do Vento; o poeta Assis Lima, organizador da publicação; a doutora em Psicologia e poeta Ana Cecília de Souza Bastos, que escreveu a apresentação, e cinco dos seis autores das cartas: Emerson Monteiro, Flamínio Araripe, José Esmeraldo Gonçalves, Pedro de Lima e Tiago Araripe. O sexto missivista, Eugênio Gomez, mesmo presente, não quis fazer uso da palavra. O que se percebeu naquela noite memorável foi um tocante reencontro de amigos que há muito não se viam.


A seguir, seleção de falas de cada participante do evento, na ordem em que entraram em cena.


 

"CADA UM, COM SUA ARTE E SENSIBILIDADE, CONTRIBUIU PRA QUE ESSE LIVRO NASCESSE."

"Você imaginam a minha alegria, a do Victor e de todos nós que participamos desse trabalho! Porque, como foi dito desde o início por Assis, foi um tecer... Desde jovenzinha que eu amo aquelas colchas de retalho, lindas, maravilhosas... E cada um, com sua arte, com sua sensibilidade, contribuiu pra que esse livro nascesse. Eu só tenho que agradecer essa oportunidade de ter a honra de publicar esse trabalho. Então, vida longa ao nosso livro! Que fique como um registro do tempo em que vocês viveram, em que se construíram e do nosso tempo também!"


Karla Melo

Editora, Confraria do Livro


 

"AS PRIMEIRAS CARTAS REMONTAM A 53 ANOS E AS MAIS RECENTES A 46"

"Esse livro tem uma história. Ele contém cartas – as primeiras remontam a 53 anos e as mais recentes, a 46. Desde 1990, que eu me dei conta de que havia guardado as cartas de uma confraria de amigos que se correspondeu intensamente nesse período do livro. Então me surgiu um lampejo inicial de que o material, que me sensibilizou desde que ele acontecia, pela verdade dos assuntos que eram tratados – que era a vida fluindo, de pessoas que estavam em cidades diferentes, reiniciando um novo ciclo de vida, de estudos e de perspectiva de futuro. Mas 1990 já se vão 30 anos. Houve outros momentos que essa ideia voltou até que, acho que depois da passagem do século, a ideia engrenou.

Na verdade, é um bordado – é como se eu tivesse lançado uma linha pra unir as pessoas e trazê-las de volta em suas memórias e reaproximá-las nesse momento – e que precisou de umas tantas costuras.

Então cada autor fez um trabalho, também, dentro do seu bloco de cartas, e houve então essa costura e a Karla Melo fez a confecção.


Em princípio, me chegou um subtítulo pra o livro: Crônica de Época, Recortes Autoetnográficos. É uma palavra rara, né? Não é uma palavra comum, recortes autoetnográficos. E pensamos num título, porque, na verdade, eu tinha um assunto para o título: cartas entre amigos. Então Tiago também protagonizou, porque dentre todas as ideias que surgiram – Cartas da Juventude. Ele encontrou o tom pra esse título. Então agradeço ao Tiago também."


Assis Lima

Organizador

 

"ESTE É UM DOCUMENTO VIVO, VERDADEIRO, GENEROSO, CHEIO DE BELEZA."

"Tudo é extraordinário neste livro.


É um livro único, algo pra gente celebrar.


É incrível o trabalho feito por Assis Lima, de uma delicadeza imensa, de grande cuidado, respeito, discernimento, ao reunir todos estes amigos em torno de um registro vivo de um tempo dramático.


Vejo que existe neste livro uma narrativa de testemunho, de caráter documental. As cartas são um testemunho muito vivo, muito honesto, sincero, do que era a experiência daqueles jovens. Quero ressaltar também o caráter autoetnográfico deste trabalho, pois não é uma mera reunião de cartas. Assis consegue – aí é a magia da amizade – que cada autor pudesse rever as cartas, escrever notas trazendo o contexto biográfico e da época, trazendo a perspectiva do presente. Tem a busca de uma compreensão, através dessa leitura cuidadosa.

O livro é tão fascinante que, quando recebi o manuscrito, eu não conseguia parar de ler. O livro tem um apelo geracional para os que viveram aqueles anos, que vão se identificar em muitos aspectos.

O livro tem também uma universalidade: ao mesmo tempo que cada amigo está ali inteiro, em sua pessoalidade, a experiência deles, pela sinceridade do testemunho, alcança jovens de qualquer geração, na busca de encontrar a si mesmo e a encontrar um lugar significativo do mundo. E qualquer pessoa de qualquer idade pode se identificar, vendo como momentos dramáticos como aquele da ditadura militar – e como é o nosso tempo hoje – impactam as transições que fazemos ao longo da vida.


Finalmente, temos aqui um belíssimo tributo à amizade.


Agradeço a vocês também pelo que há de doação neste livro. Vocês estão dando um presente de si mesmos, além do trabalho de edição propriamente dito.


Este é um documento vivo, verdadeiro, generoso, cheio de beleza – uma geração que lia muito, muito inquieta, muito culta. Vocês estão colocando em nossas mãos um feixe de luz."


Ana Cecília de Souza Bastos

Autora da introdução


 

"OS AUTORES COMENTAM SUAS CARTAS COM A VISÃO DE DÉCADAS DEPOIS. É UM DIÁLOGO DA PESSOA CONSIGO PRÓPRIA."

"Antes de tudo, quero dizer da minha gratidão a todos, principalmente a Assis, que tornou possível o acontecimento dessa publicação. Pela paciência, né? Imagine ele guardar por tanto tempo essas cartas, e depois digitalizar todas elas, e ter um trabalho de convencimento pessoal com cada autor, trazendo isso pra esse projeto. E houve algumas resistências, a começar por mim. Não ao livro em si, mas às minhas cartas. Quando eu li as cartas, fiquei muito chocado comigo mesmo, com as tolices que escrevi, as incongruências.


O único dos autores que eu não cheguei a conhecer pessoalmente, o Eugênio Gomez, mesmo ele morando em outra localidade, no caso Belo Horizonte, ou seja, uma capital, nós todos vindos do interior, do Crato, mas muito das cartas dele eu percebi que tinha uma mesma identidade de propósito, de busca, de avidez por ler, por ver os filmes, ouvir as músicas que tocavam então.


Cada autor é um capítulo e cada capítulo inicia com uma nota, que o Assis escreve, depois tem um texto biográfico do autor, muitas vezes escrito pelo próprio autor, e depois os autores comentam suas cartas com a visão de décadas depois, né? É um diálogo da pessoa consigo própria. E essa coisa de você escrever, principalmente nessa época que nós vivemos, é muito terapêutico. Faz a gente repensar a vida.


Do ponto de vista pessoal, lembrei de acontecimentos da minha vida que eu havia esquecido completamente. Detalhes, né? Porque nas cartas que escrevi pro Assis, elas iniciam quando eu ainda moro no Crato, depois mostram minha mudança pro Recife e ao mesmo tempo pude acompanhar minha chegada em São Paulo. Com todos os detalhes, os medos, as dúvidas. as coisas que vivi naquele início na cidade grande. Tudo isso tá lá, bem escancarado."


Tiago Araripe

Autor, revisor


 

"NOSSAS IDEIAS PERMANECEM VIVAS PRAS NOVAS GERAÇÕES."

"É como se a gente tivesse se revendo dentro de nós mesmos. E aí eu me lembro daquela frase de Heráclito, que ninguém toma banho duas vezes no mesmo rio, porque não é mais a mesma pessoa, nem o rio é mais o mesmo. Mas hoje eu vejo que é possível se tomar banho duas vezes no mesmo rio, como nós estamos, hoje, fazendo aqui, porque a nossa amizade, de todos nós, continua intacta, o que faz com que eu compreenda que era autêntica, à época, e hoje continua com a mesma autenticidade; os nossos gostos permanecem os mesmos. Então a gente já vinha se revelando, no decorrer daquele tempo. Então, Assis, ao guardar essa documentação, ele está, antes de tudo, me prestando um grande benefício, porque faz com que eu compreenda que a vida tem uma razão de ser, que nada foi em vão, que nossas ideias permanecem vivas pras novas gerações, e faz com que a gente compreenda que todas aquelas angústias, o vazio, as nossas apreensões, elas tinham uma razão de ser, porque a humanidade ainda hoje continua vivendo a sua irrealização, e nós também, dentro dela, mas com um trufo na mão, porque a gente sabe que a amizade existe, e isso é uma força viva pra nós."


Emerson Monteiro

Autor, artista que executou a colagem da capa


 

"SENTI UMA VERTIGEM COMO SE ESTIVESSE À BEIRA DE UM ABISMO AO RELER AS CARTAS."

"Senti uma vertigem como se estivesse à beira de um abismo ao reler, no ano passado, as cartas que escrevi no início dos anos 70. Uma viagem no tempo. Fui o último a concluir o relato, que enviei para Assis de Lima porque não podia dizer não a um “amigo para toda a vida”. Como também considero Tiago e Emerson.


Com o tempo, venci a resistência de olhar para os escritos de quando tinha 20 anos, uma oportunidade única para compreender minha trajetória de vida.

Agradeço ao organizador do livro por ter possibilitado este encontro carinhoso comigo nesta obra, que tem a função de fortalecer os vínculos da confraria de amigos. O lançamento do livro aconteceu no Dia Mundial da Poesia, um acaso feliz porque Assis e Tiago são poetas, lembrei.


Pelas menções a fatos da época, que não lembrava, a leitura das cartas foi importante para mim no trabalho a que tenho me dedicado na redação do livro A Palavra sem Medo. A obra reproduz artigos e crônicas que Jósio de Alencar Araripe, meu pai, escrevia para jornais e para o programa com este nome, lidas pelo jornalista Antônio Vicelmo na Rádio Educadora do Cariri, de Crato. Entrevistas com personalidades da época e uma reconstituição do cenário político nos anos 70 e 90 consolidam o texto."

Flamínio Araripe

Autor

 

"VOCÊ SE REENCONTRA DA MANEIRA QUE VOCÊ ERA, COM AS BOBAGENS QUE TENHA ESCRITO."

"Quando se escreve uma biografia, o autor sempre dá um brilho, passa ali um verniz. Essas cartas não dão essa alternativa. Você se reencontra, da maneira que você era, da maneira que você escreveu, com as bobagens que você tenha escrito naquele contexto, naquela época, o idealismo, a esperança, mas também a inexperiência, o amadorismo, digamos assim. Minha sensação foi muito essa, tentei passar isso porque foi o que eu senti.


(...)


Quando comecei a escrever (comentar as cartas) tive uma sensação muito boa, aquele reencontro, aquela situação e aquele momento. Era como se eu estivesse devendo a mim mesmo reencontrar aquela situação e trabalhar um pouco ela, pensar um pouco naquilo. Eu, talvez, entre todos os autores, fosse o mais perdido naquele momento de 68, 69, profissional, de carreira, não fui um bom estudante, tudo isso confluiu para aquele momento às vésperas do vestibular."


José Esmeraldo Gonçalves

Autor e escritor do prefácio


 

"MESMO OS ARROUBOS JUVENIS , OS SUCESSOS E OS FRACASSOS ME AJUDARAM

A SEGUIR EM FRENTE."

"Com receio de que a idade avançada e a emoção me tirem as palavras, peço licença para ler o que escrevi para vocês.


Antes de tudo, parabenizo ao amigo Assis e a Confraria do Vento pelo belo livro. Assis, além de poeta, é um grande articulador. Estamos todos de parabéns com o lançamento dessas Cartas da Juventude.

Apesar dos tempos sombrios em que vivemos e da tristeza geral, me alegro com o nosso reencontro. Foi um tempo enorme que passou, sem que a gente se encontrasse...

Hoje, além da tristeza de ver o país desmoronar, e do isolamento contra o coronavírus, cumpro outros isolamentos por causa do enfisema pulmonar.


Fora esses contratempos, está tudo bem. É bom revê-los. Outro dia nos encontraremos para uma conversa, uma música, uma bebida e um abraço.


Como disse um poeta, sei que nada será como antes... Mas, eu só guardo boas lembranças de nossas vivências no Crato. Tudo valeu a pena.


No meu caso, mesmo os arroubos juvenis, os sucessos e os fracassos me ajudaram a seguir em frente. Navegar.


Pois, como disseram outros poetas, a vida é assim mesmo. A vida vem em ondas como o mar. A vida e os amigos sempre se renovam, como a última onda que o fim do mar sempre adia.


Um grande abraço a todos. Saúde!"


Pedro de Lima

Autor


 

"LÁ TEM TODAS AS MÚSICAS QUE SÃO MENCIONADAS NO LIVRO."

"Ah, só pra lembrar também, eu não sei, o pessoal todo aí já deve conhecer, mas eu vou botar o link também da playlist do livro. Lá tem todas as músicas que são mencionadas no livro. Tá tudo tão conectado, tudo tão costurado! Eu sou muito anos 60, anos 70, em música, em tudo, e esse livro faz uma costura... E é isso, terminando agora, é colocar as músicas pra ouvir!"


Victor Paes

Editor, Confraria do Vento


 

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