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  • Foto do escritorTiago Araripe

Um mundo novo naquela esquina


Capa do cinquentenário álbum Clube da Esquina.

No ano passado, por ocasião do aniversário de 50 anos do Clube da Esquina, recebi um convite do site Versos e Prosas para escrever um texto a respeito do álbum. Uma oportunidade de relembrar como o disco me tocou e tentar, da forma como pude, dimensionar a sua importância na música brasileira e em outros países onde reverberou. Neste 2022, quando se festeja o aniversário de 80 anos de Milton Nascimento, republico aqui aquele texto em homenagem a este que, seguramente, é a figura central do feliz grupo de artistas e músicos mineiros.

 

A UNIVERSALIDADE MINEIRA DO CLUBE DA ESQUINA



Se eu pudesse sintetizar em um único disco a influência de Minas Gerais na música popular brasileira, não teria dúvida em apontar Clube da Esquina, um dos melhores álbuns já produzidos no Brasil. Imagino que renderia um bom estudo investigar todas as suas ramificações, ao longo dos anos e lugares onde tem ecoado.


Quando o escutei em Recife, no século passado da minha juventude e apresentado por uma americana de sotaque baiano, não tive dúvida da sua universalidade. Uma universalidade nascida das singularidades de Minas.


Na diversidade das vozes de Milton, Lô Borges, Beto Guedes e Alaíde Costa, no talento de um time de músicos de primeira grandeza, na qualidade das canções e na exuberância da produção, me saltaram aos ouvidos traços marcantes da cultura mineira, em que o lirismo das letras se mescla a certo toque barroco, enquanto os arranjos parecem evocar uma topografia de montes altos capazes de preencher de surpresas os corações dos mais viajados andarilhos.


Eu era apenas um rapaz vindo do interior do Ceará, mas a permanência do Clube da Esquina na memória me faz sentir um desses viajantes que correm mundo trazendo no peito a impressão das melhores viagens.

É o que confirmo a cada audição do disco, da mesma forma que o confirmei ao saber da história dos seus protagonistas, estampada nas páginas do delicioso livro Os sonhos não envelhecem, de Márcio Borges.


Lê-lo foi como encontrar velhos amigos e redescobri-los jovens e inspiradores como sempre foram.



Tiago Araripe

Bombarral, Portugal, julho de 2021.

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2 comentarios


Savio Nunes
Savio Nunes
06 dic 2022

Grande disco. Eu destacaria Kátia de França, ainda sabendo que a estética e a proposta seja completamente diferente. São muitos aliás.

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Tiago Araripe
Tiago Araripe
07 dic 2022
Contestando a

Há muitos a destacar e Kátia de França é show.

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