Máscara: indumentária essencial em tempos de pandemia. (Foto: Ana Ruth)
Não, não é o fim da odisseia terrestre ou da aventura humana na Terra, como já dizia a canção Eva. Para muitos, está sendo um recomeço. Nova oportunidade de reavaliação, de ressignificar valores, de buscar novos aprendizados. E se "quem não dormiu no sleeping bag nem sequer sonhou", quem não olhou pra dentro de si durante o isolamento sanitário nem sequer despertou.
A humanidade andava adormecida, hipnotizada pela mesmice da TV, do consumismo, do conformismo. Terá sido suficiente uma pandemia pra nos acordar? Pra mostrar que existem outras possibilidades além da normose, da divisão do mundo em raças, de países em partidos, de pessoas em crenças?
Não são isoladas as notícias de gente se aglomerando, aqui e ali, sem máscaras nem cuidados. Ou mesmo fazendo protesto público pelo fim das medidas de restrição sanitária, como se sobreviver fosse mais importante do que se manter vivo. Cabe a pergunta: será que a pandemia vai mesmo nos acordar? E quando caírem as máscaras em 2021, vamos gostar do que veremos no espelho?
Se 2020 trouxe dor, fez emergir também a alegria de novas descobertas. Pessoas aproveitaram o isolamento para estudar, fazer cursos, planejar projetos, obter capacitação na área que escolheram ou se habilitar em uma nova profissão. Gente que superou limites para seguir em frente e continuar produzindo.
Não vale projetar a felicidade para depois que tivermos acesso a uma vacina. A vacina é o aqui e o agora. É o ar que respiramos mesmo quando limitados às nossas casas. Até porque o que fazemos com a nossa vida hoje é o que impede que o mundo desabe - por mais desconfortável que seja a situação ao redor, o nosso mundo interior não desabará.
Ao contrário do filme de Stanley Kubrick, a odisseia de 2020 tem sido aqui embaixo. Que bons ventos dissipem a tempestade, para dar lugar a uma aventura humana melhor e mais produtiva. Que possamos transformar o medo e a ansiedade em esperança e coragem para superar as adversidades. Esse movimento começa dentro de nós. A vacina é sentir o coração pulsar.
Música para combater a melancolia. Isso faz parte do meu propósito. Um exemplo recente é o single Nenhuma Igual a Você (com videoclipe em breve, no YouTube). Aí está onde ouvir:
E outras plataformas.
Outro exemplo é a composição Lugar ao Sol, que neste sábado 12, a partir das 20h (horário de Brasília), estará na finalíssima do Festival da Música de Fortaleza 2020. Convido a acompanhar a apresentação da canção, na voz de Luiza Nobel, pelo site da TV Terra do Sol.
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