As canções têm seu próprio tempo. Umas já nascem prontas e chegam num flash. Outras vêm aos poucos: dormem, acordam, se recolhem, maturam, persistem. E eis que, no momento certo, apresentam as próprias soluções.
É o que aconteceu com Meu Garimpo. A letra precisou de alguns meses para se consolidar. E foi necessário um olhar "de fora" para fazer algo mais do fio de uma melodia incipiente.
Quando propus a parceria a Caio Castelo, estava em visita a Fortaleza depois de três anos sem ir ao Brasil. Nos reunimos no estúdio dele, o Orelha (nome ótimo), e pusemos mãos à obra.
Eu tinha uma ideia musical muito nítida na cabeça, mas Caio avançou em outro sentido. Seu caminho harmônico era mais complexo, quando eu pensava uma harmonia simples, percussiva.
No entanto, algo me dizia pra seguir em frente.
Quando, já de volta a Portugal, recebi o arranjo pronto (de Caio e Jefferson Portela), tive que vencer o sentimento de frustração: a música me soou lenta, sem a vibração que eu imaginara. Esperei o dia seguinte para fazer uma nova audição e dar algum retorno ao Caio.
Ao ouvir novamente a gravação, fui surpreendido por uma percepção inteiramente diferente: ali estava um caminho onde pude perceber boas possibilidades melódicas e uma sintonia especial entre a forma e o conteúdo da canção.
POR VALORES NOS QUAIS ACREDITO
Está no ar a campanha 𝗠𝗲𝘂 𝗚𝗮𝗿𝗶𝗺𝗽𝗼.
Vem com dupla motivação.
De um lado, entoar um canto pela Amazônia e os povos indígenas. Um canto que se quer forte e participativo. Do outro, remunerar os profissionais envolvidos na produção da música e do clipe Meu Garimpo, contribuindo para criar condições de sustentabilidade ao meu trabalho musical.
Convido a entrar neste site e conhecer de perto a nossa campanha, a equipe de profissionais, as formas de participação e as recompensas correspondentes: https://www.catarse.me/meugarimpo Junte-se a nós.
Ilustração de Juliana Siebra para a capa do single
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