Capa da nossa nova canção, já nas plataformas digitais. (Foto: Ana Ruth / Design: Diogo Araripe)
Costumo imaginar que esta canção me foi soprada pelo silêncio. Um presente do invisível. O invisível que aprendi a respeitar, num mundo de tantas aparências. Ela veio do ar e é no ar que habita. Existe quando é ouvida. Soa mais forte quando sentida, acorde por acorde, palavra por palavra. Ela veio porque sou uma das pessoas que precisava ouvi-la, da mesma forma que sou um dos que precisam cantá-la.
Lugar ao Sol nasceu nesse prolongado estado de impermanência em que vivemos. Quando o bilhete de um voo não é garantia de embarque. Quando o casamento de uma filha querida está sujeito a acontecer sem a nossa presença. Quando a vida requer uma parcela maior de fé, paciência, esperança e cuidado.
E haja força-tarefa interna para deter a ansiedade que quer nos tomar de assalto. Enquanto isso, paro, respiro e penso: a grande viagem é viver o presente. Ver que o sol continua a nascer todas as manhãs. Mesmo se o dia está nublado, simplesmente sei que ele está no seu lugar.
E o lugar ao sol é um espaço muito amplo, onde cabem todos. Buscar chegar a esse lugar é embarcar no aqui e no agora, sem esperar que haja luz no fim do túnel – mesmo que exista um longo túnel a ser percorrido. A luz existe, mas não está do outro lado da montanha. Está onde sempre esteve: no alto. E, mesmo nas noites mais escuras, está sempre ao nosso alcance e podemos tê-la dentro de nós. Que isso nos seja claro como o dia.
Ficha técnica
Vozes: Tiago Araripe e Vânia Bastos
Arranjo, violão: Pablo Romeu
Piano: Daniel Félix
Mixagem, masterização: Anfrísio Rocha
Vídeo lyric: Augusto Pessoa
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